Fraturas da coluna
As fraturas da coluna torácica e lombar são as mais comuns do esqueleto axial correspondendo a 89% das fraturas da coluna. A distribuição das fraturas na coluna é heterogenea sendo que dois terços destas fraturas acometem a transição toracolombar (T12-L1). Isto se deve principalmente a biomecânica da região onde há transição de uma região mais rígida (coluna torácica) para uma região mais móvel (coluna lombar). Além disso cerca de 40% dos paciente com alterações neurológicas tem fraturas nesta região de transição.
Nas últimas décadas, o crescente aumento dos acidentes industriais e principalmente automobilísticos de alta energia tem influenciado diretamente no aumento da incidência de fraturas complexas da coluna torácica e lombar. A incidência aumenta ainda mais em pacientes politraumatizados onde a ocorrência de alterações neurológicas é maior. Lesões associadas podem ocorrer em até 50% dos pacientes, lesões pulmonares ocorrem em 20% destes pacientes e lesões abdominais em 10%.
O mecanismo de trauma associado a essas fraturas são na maior parte devido a quedas de altura e acidentes automobilísticos sendo que em grandes cidades como São Paulo o número de fraturas de coluna associada a acidentes com motocicletas aumenta a cada dia.
A coluna é uma estrutura complexa, e muitos ligamentos e músculos estão ao seu redor para ajudar na estabilidade da arquitetura óssea. Tudo isso serve para proteger a medula espinhal, a nossa raiz central nervosa. E num trauma de alta energia (como os acidentes automobilísticos, cada vez mais comuns e frequentes nas grandes cidades) várias dessas estruturas podem se lesionar, piorando ainda mais o prognóstico.
A coluna pode sofrer fratura em todos os seus níveis, e nos acidentes de carro o grande perigo é o trauma em chicote, que pode lesionar a coluna cervical. Somente para vocês terem uma idéia da gravidade disso, se a fratura ocorre acima da 4a vértebra cervical (C4) e lesar a medula óssea a pessoa pode morrer na hora, pois esse trauma completo raquimedular pode causar a paralisação da função respiratória.
A grande maioria das lesões pode ser tratada sem intervenção cirúrgica,somente com repouso e uso de coletes,invariávelmente os casos em que há instabilidade e lesão neurológica irão necessitar de cirurgia.