Já é uma realidade aqui no Brasil a realização de uma cirurgia na coluna por ENDOSCOPIA. A técnica, que estudei na Universidade de São Paulo (USP), é praticada com sucesso no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HC-RP). Realizada amplamente em países como China, Estados Unidos e Alemanha, o procedimento utiliza, em vez de bisturis e pinças, alta tecnologia com câmera e instrumentos de proporção reduzida.

A cirurgia de coluna está passando por uma transição da mesma forma que a cirurgia de joelho passou na década de 80, que a de ombro passou na década de 90 e que a de quadril passou no início dos anos 2000, que é uma transição da cirurgia aberta pela de vídeo.

No método tradicional, o paciente é posicionado de bruços na mesa cirúrgica, onde recebe uma anestesia geral. Dependendo do problema a ser tratado, o tamanho do corte na coluna pode variar de 5 a 25 centímetros e, após o problema ser solucionado, o procedimento ainda demanda um trabalho de fixação em função do descolamento da musculatura dos ossos.

Já na cirurgia endoscópica, o paciente recebe apenas uma anestesia local e fica sob efeito de uma sedação leve, o que o permite acompanhar a cirurgia e dar retornos imediatos sobre os sintomas, como a ausência ou não de dor. “A vantagem de realizar a cirurgia com anestesia local e sedação é permitir uma interação imediata com o paciente, de forma que temos uma segurança maior em relação à questão neurológica”, comenta o professor e médico Dr. João Bergamaschi.

endoscopia coluna


O principal benefício da nova técnica é a reabilitação precoce. Os pacientes sentem menos dor na reabilitação e ficam menos tempo internados. E isso impacta diretamente no custo total do tratamento. Em relação ao tempo de internação é um procedimento basicamente ambulatorial, independente do tipo de anestesia sendo que o paciente vai no mesmo dia embora ou no máximo no dia seguinte.

Já para os médicos, o melhor benefício é propiciar aos seus pacientes uma reabilitação mais rápida, um procedimento menos invasivo e mais moderno e com menor sangramento e agressividade. E para os profissionais de saúde que desejam estar na ponta do mercado, à frente das novas técnicas e virar uma referência em uma região, e até mesmo no Brasil, é fundamental acompanhar e conhecer todos os novos procedimentos que estão surgindo por aí. O procedimento endoscópico é, atualmente, o que existe de mais moderno e o que está atraindo a atenção dos médicos e dos pacientes em todo o mundo.

A principal diferença entre a cirurgia com endoscópio e a cirurgia convencional é que na endoscopia, o cirurgião consegue enxergar através de uma câmera acoplada ao sistema e pode “olhar” para qualquer direção a partir do canal de trabalho, com toda a nitidez de um monitor Full-HD (alta qualidade) e com a luminosidade ideal controlada através de um foco de luz também acoplado ao sistema. Portanto, o uso do endoscópio, não está limitado apenas às indicações clássicas como hérnia de disco, estenose  de canal vertebral e estenose de forame intervertebral; o endoscópio pode ser utilizado em qualquer cirurgia que se deseje uma visão privilegiada de dentro de um orifício natural ou de um orifício criado pelo canal de trabalho.

A endoscopia é portanto, uma técnica minimamente invasiva (CMI), que permite visualizar o local exato da doença com um grande aumento através de monitores de alta definição (Full-HD).

Comparando com uma cirurgia clássica de hérnia de disco, as principais vantagens do uso do endoscópio são:

  • realizado com anestesia local e sedação, não necessita de anestesia geral como a cirurgia tradicional;
  • possibilidade de conversar com o paciente durante a cirurgia;
  • não há limite de idade ou de condição física para ser operado na cirurgia tradicional, por ser necessária a anestesia geral, muitos pacientes com outras doenças não podem ser operados;
  • incisão menor na pele;
  • separação das fibras musculares ao invés de descolamento do músculo do osso;
  • procedimento mais rápido;
  • sangramento mínimo;
  • menos dor pós operatória, recuperação mais rápida;
  • o procedimento é ambulatorial e o paciente vai embora no mesmo dia da cirurgia;
  • retorno mais rápido ao trabalho.

Fonte: Entrevista Professor Dr. João Bergamaschi

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